12. Por que a maioria dos cientistas acredita que CO2 é responsável pelo aquecimento? Porque (como me disseram) não podem pensar em outra coisa que possa ter sido a causa. Significativamente, não é que não há provas de que a natureza não pode ser a causa, mas a falta de medidas suficientemente precisas para determinar se a natureza é ou não a causa. Esta é uma distinção muito importante, e os formuladores de políticas públicas têm sido induzidos a erro pelo IPCC.
13. Se não são os seres humanos, o que poderia ter causado o aquecimento recente? Esta é uma das minhas áreas de investigação. Acredito que as mudanças naturais na quantidade de luz solar que vem sendo absorvidas pela Terra – devido às mudanças naturais na cobertura de nuvens – são as responsáveis pela maior parte do aquecimento. Se isso é um mecanismo específico ou não, eu insisto nesse ponto de vista minoritário de que o sistema climático pode mudar por si só. A mudança climática não requer uma “fonte” externa de forçar, como uma mudança no Sol.
14. O que poderia causar as mudanças naturais nas nuvens? Acho que pequenas mudanças de longo prazo nos padrões dos fluxos atmosféricos e oceânicos podem causar alterações em torno de 1% na quantidade de luz solar que passa através das nuvens e que aquecem a Terra. Isto é tudo o que é necessário para causar o aquecimento global ou o arrefecimento. Infelizmente, não temos medições suficientemente precisas sobre as nuvens para determinar se estas são a principal causa do aquecimento nos últimos 30 a 50 anos.
15. Qual a importância dos e-mails do Climategate? O Climategate, por si só, não significa a nulidade dos case do IPCC sobre o aquecimento global que já aconteceu, ou que os seres humanos são a principal causa desse aquecimento, mas ilustra algo que enfatizo em meu primeiro livro, “Climate Confusion“, que pesquisadores do clima são humanos e propensos a preconceitos.
16. Porque se verifica um viés nas pesquisas
sobre o clima? Acho que os cientistas perseguem os dados orientados por abordagens muitas vezes influenciadas por noções pré-concebidas dos pesquisadores sobre um dado problema. Não é que o clamor do IPCC de que os seres humanos causam o aquecimento global seja algo insustentável e impossível, é que as pressões políticas e financeiras fazem com que o IPCC praticamente ignore totalmente as explicações alternativas para o aquecimento.
17. Qual é a importância do “consenso científico” na pesquisa sobre o clima? No caso do aquecimento global, é quase inútil. O sistema climático é tão complexo que a grande maioria dos cientistas do clima – geralmente especialistas em diversas áreas específicas – assume que há cientistas mais qualificados, e eles estão apenas apoiando as opiniões de seus colegas. E entre esse pequeno grupo de especialistas mais experientes, há um elemento considerável de pensamento coletivo, a mentalidade de rebanho, a pressão dos colegas, a pressão política, o apoio das políticas energéticas certas e o desejo de salvar a Terra – se é que ela precisa ser salva ou não.
18. Quão importantes são os modelos computadorizados sobre o clima?Considero que os modelos climáticos computadorizados são a nossa melhor forma de explorar a causa e o efeito no sistema climático. É muito fácil estar errado neste negócio, e a menos que você possa demonstrar o nexo de causalidade com números em equações, os cientistas que tentam convencer um ao outro acenando suas mãos terão dificuldades. Infelizmente, não há nenhuma garantia de que os modelos climáticos vão produzir alguma previsão útil do futuro. No entanto, devemos usá-los e nós aprendemos muito com eles. Minha maior preocupação é que os modelos têm sido utilizados quase exclusivamente para apoiar a afirmação de que os seres humanos causam o aquecimento global, ao invés de explorar hipóteses alternativas – por exemplo, variações naturais do clima – como possíveis causas desse aquecimento.
19. O que eu prevejo sobre as mudanças da temperatura global no futuro?Minha tendência inicial é evitar as previsões de longo prazo, porque ainda há muitas incertezas. Quando pressionado, porém, minha tendência é dizer que acho que a possibilidade de arrefecimento em nosso futuro é tão real quanto a de aquecimento. É claro que uma terceira possibilidade é que a temperatura permaneça relativamente constante, sem aquecimento ou arrefecimento significativo no longo prazo. Tenha em mente que, quando você descobrir no futuro que o seu previsor do tempo favorito estava certo ou errado, ninguém vai se lembrar daqui a 50 anos de um cientista que fez uma previsão errada hoje, de que vamos todos morrer de insolação em 2060.
Observações finais
Os pesquisadores do clima não sabem tanto sobre as causas das alterações climáticas quanto profetizam. Nós temos uma compreensão muito boa de como o sistema climático funciona, em média… mas as razões para as pequenas mudanças de longo prazo no sistema climático são ainda extremamente incertas.
A quantidade total de CO2 que o homem adicionou à atmosfera nos últimos 100 anos representa um incremento da energia radiante da Terra de apenas 1%. Como o sistema climático responde a esse incremento tão pequeno ninguém sabe ao certo. O IPCC diz que haverá um forte aquecimento, com mudanças nas nuvens que farão com que o aquecimento seja ainda pior. Eu afirmo que haverá um aquecimento fraco, com alterações nas nuvens atuando de forma a reduzir a influência dessa mudança de 1%. A diferença entre estes dois resultados é se o feedback das nuvens é positivo (o ponto de vista do IPCC) ou negativo (o meu ponto de vista e de uma minoria de outros).
Até agora, nenhum dos lados foi capaz de provar que estava certo. O fato de que a incerteza ainda existe sobre esta questão central não é apreciado por muitos cientistas!
Mais uma vez, vou salientar que algumas pessoas muito inteligentes que se consideram céticos vão discordar de alguns dos meus pontos de vista mencionados acima, particularmente quando se trata de explicações sobre o que causou o aquecimento, ou o que fez com que o CO2 atmosférico aumentasse.
Ao contrário do exército de pesquisadores sobre o clima global que o IPCC alistou, não estamos marchando em sintonia. Estamos dispostos a admitir, “nós realmente não sabemos”, ao invés de enganar as pessoas com frases como: “o aquecimento que vemos é consistente com um aumento de CO2″, e, então, o público pensar que isso significa “nós determinamos, através da nossa extensa pesquisa e de todas as possibilidades, que o aquecimento não pode ser devido a alguma outra coisa além do CO2″.
A maneira como avançam as explicações alternativas (hipóteses) dos céticos para a variabilidade climática representa a forma como a comunidade de pesquisadores consegue operar, diante da política, dos resultados das políticas, e de bilhões de dólares envolvidos.
O post acima é uma tradução livre do blog do Dr. Roy Spencer.
O melhor investimento
Publicado 25 junho 2010 r Aquecimento Global 1 Comentário
Na Califórnia, pesquisadores da Universidade de Stanford publicaram um trabalho científico intitulado “Greenhouse gas mitigation by agricultural intensification” (mitigação de gases de efeito estufa pela intensificação da agricultura) em Proceedings of the National Academy of Sciences (Procedimentos da Academia Nacional das Ciências), determinando que o efeito líquido do aumento nos rendimentos agrícolas provocou a mitigação de 590 Giga-toneladas de CO2 equivalente.
Os pesquisadores descobriram que “cada dólar investido na produção agrícola resultou em 249 kgCO2e (kg de CO2 equivalente) a menos em emissões, tendo como base a tecnologia agrícola de 1961. Eles concluíram que o investimento no aumento da produtividade agrícola tem o maior retorno em termos de mitigação das emissões de carbono, quando comparado com qualquer outra proposta similar de estratégia de mitigação de carbono.
Ref.: GHG mitigation by agricultural intensification
Veja: prepare-se 27 http://www.youtube.com/watch?v=20b_EHItZQ8
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